O que é um Sítio Arqueológico?
É o lugar onde se encontram vestígios da vida e da cultura material dos povos do passado. Estes vestígios podem estar sobre a superfície do solo – uma aldeia indígena abandonada, uma fortaleza do século XVIII, as ruínas de uma igreja, ou enterradas – um sambaqui, por exemplo, locais à beira do mar onde se acumularam conchas, ossos, restos de alimentos e utensílios utilizados por grupos humanos que ali viveram.
Para encontrar as informações que procura, o arqueólogo remove cuidadosamente, às vezes com um pincel, as camadas de terra ou entulho que cobrem os artefatos e vestígios da ocupação humana encontrados em um sítio arqueológico. Às vezes, ele encontra camadas superpostas de vestígios diferentes que correspondem a diferentes períodos de ocupação. Os períodos mais antigos encontram-se nas camadas mais profundas. Esta superposição de camadas no solo, como se fosse um bolo, e o seu estudo, é o que se chama, em Arqueologia, a Estratigrafia do sítio. Ela permite identificar as datas sucessivas de ocupação, umas em relação a outras, levando à descoberta de como viviam essas populações, o que comiam, o que fabricavam, os instrumentos de que dispunham, e a evolução das tecnologias ao longo do tempo. Por isto é tão importante preservar e proteger os sítios arqueológicos da destruição – eles são fontes preciosas para o conhecimento de nossa história, de nossa pré-história, de nossos antepassados e de nossa trajetória cultural.
O local onde essas pistas são encontradas é importante para que se possa compreender ou deduzir como eram usadas – isto se chama o contexto dos artefatos, ecofatos, ou estruturas. Algumas coisas juntas, em um mesmo contexto, podem ser associadas pelo arqueólogo, para descobrir, como um detetive, informações sobre o que aconteceu naquele lugar, naquele momento histórico.
Por isto não devemos mexer ou tirar as coisas do lugar, ao visitar um sítio arqueológico. Para explorar um sítio histórico ou pré-histórico, em uma atividade de Educação Patrimonial, recorra sempre à ajuda de um arqueólogo, por intermédio dos escritórios e coordenações regionais do IPHAN em seu estado ou município (ver contatos na última sessão deste site).
(Texto extraído do livro: Guia Básico de Educação Patrimonial / Maria de Lourdes Parreira Horta, Evelina Grunberg, Adriane Queiroz Monteiro. – Brasília: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Museu Imperial, 1999. 68p.)