O que é Arqueologia?

Para reconhecer e interpretar as marcas deixadas pelo homem no decorrer da sua história é preciso muito estudo e pesquisa. Por isso existe a Arqueologia e o Arqueólogo.

     A  palavra Arqueologia vem do grego Archaios + logos  quequer dizer “estudo das coisas antigas” e é uma ciência que se encarrega de evidenciar, registrar e detalhar os materiais deixados pelos nossos antepassados. Tradicionalmente divide-se em duas categorias:

Arqueologia Pré-Histórica: estuda o passado do homem a partir dos vestígios materiais da sua cultura, num período cronológico anterior ao desenvolvimento da escrita (no caso brasileiro, refere-se ao período anterior à chegada dos colonizadores).

Arqueologia Histórica: estuda o período posterior ao desenvolvimento da escrita (no caso brasileiro, refere-se aos vestígios do período posterior à chegada dos colonizadores).

Ambas estudam os restos materiais produzidos pelo homem. Esses vestígios da cultural material são chamados de vestígios arqueológicos. Podem ser ferramentas de pedra lascada ou polida (chamadas de líticos), cacos de cerâmica, inscrições rupestres, ossos humanos ou de animais, restos de construções, entre outros. Esse material antigo conta a historia do nosso passado e por isso deve ser conhecido, admirado e preservado por todos.

O Arqueólogo é o pesquisador que estuda os povos e as culturas do passado observando as marcas e os objetos que essas pessoas deixaram, onde moraram ou passaram. Para isso ele emprega métodos e instrumentos específicos. O sítio arqueológico é o local onde encontramos estes vestígios, podendo ser de variados tipos: um abrigo rochoso, um cemitério, uma moradia, uma fogueira, uma olaria, por exemplo. Estes lugares são investigados com o objetivo de buscar evidências que possam compreender o modo de vida das populações pretéritas e também das sociedades do presente. Dessa maneira, o trabalho deste cientista não é só encontrar e escavar o sítio arqueológico a fim de coletar os vestígios nele existentes. Ele ainda tem que entender a relação do sítio com o homem, observando também a vegetação existente, a fauna, as formações rochosas, os manaciais presentes, as inscrições rupestres, os problemas de conservação que agridem o sítio, etc. Quase sempre, se faz necessário levar os vestígios encontrados para um laboratório para analisá-los e depois escrever sobre eles. Assim, todos poderão conhecer os resultados por ele alcançados.

Porém, a principal atividade do arqueólogo é o diálogo com a comunidade, pois os moradores do local são os que melhor conhecem a região e sabem detalhes da sua história, bem como dos objetos presentes. Esta interação entre arqueólogo e comunidade é feita por meio de conversas, ações educativas e projetos integrativos que permitam a participação efetiva das pessoas em todos os níveis da pesquisa arqueológica, enriquecendo a produção científica e garantindo o caráter dialético necessário às questões que envolvem a preservação do patrimônio arqueológico.

(Texto adaptado da cartilha: Pinturas Rupestres da comunidade Angical: todos juntos na busca pela preservação de um patrimônio / Organização: Heralda Kelis S. B. da Silva; Sônia Maria C. Magalhães; Luis Carlos D. Cavalcante, Lucineide Marquis de Souza e Bruna Gomes Brito – Teresina: EdUFPI, 2019. 23p.).

Quais os tipos de Patrimônio Cultural?

Patrimônio Material: Constituído por objetos concretos, criados pelos seres humanos através de seus conhecimentos, como os sítios arqueológicos, as obras de arte, os monumentos e edifícios históricos.

Patrimônio Imaterial: a UNESCO (2003) conceitua Patrimônio Cultural Imaterial como as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas bem como os instrumentos, objetos, artefatos e lugares que lhes são associados e as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos que se reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. Esse patrimônio cultural imaterial, que se transmite de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e de continuidade e contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.

(Texto extraído do livro: Conhecendo o nosso Patrimônio / organização, Ana Stela de Negreiros Oliveira, Marian Helen S. G. Rodrigues; autores, Rômulo Macêdo B. Negreiros…

[et al.]

. – Teresina: IPHAN, 2008. 40p.)

O que é Patrimônio Cultural?

O Patrimônio Cultural é diferente dos outros patrimônios por possuir importância afetiva, fazer referência à memória, à história, e à identidade de um povo. Quando tratamos de Patrimônio Cultural nos remetemos às formas de conhecimento passadas de geração para geração, às coisas que criamos, à memória oral, às danças, à alimentação, às festas religiosas.

            Tudo isso é importante, pois através desse patrimônio podemos conhecer a história, os modos de viver, as expressões artísticas pertencentes a cada grupo humano, e que os diferem entre si. Por isso, esse patrimônio é essencial para toda uma coletividade.

            Segundo a Constituição Federal de 1988, constituem o Patrimônio Cultural Brasileiro todo os bens materiais e imateriais, que sejam portadores de referências à identidade, à ação, à memória, dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

  1. As formas de expressão;
  2. Os modos de criar, viver e fazer;
  3. As criações científicas, artísticas e tecnológicas;
  4. As obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados a manifestações artístico-culturais;
  5. Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

(Texto extraído do livro: Conhecendo o nosso Patrimônio / organização, Ana Stela de Negreiros Oliveira, Marian Helen S. G. Rodrigues; autores, Rômulo Macêdo B. Negreiros…

[et al.]

. – Teresina: IPHAN, 2008. 40p.)

O que é, afinal, a Educação Patrimonial?

O que é, afinal, a Educação Patrimonial?

Trata-se de um processo permanente e sistemático de trabalho educacional centrado no Patrimônio Cultural como fonte primária de conhecimento e enriquecimento individual e coletivo. A partir da experiência e do contato direto com as evidências e manifestações da cultura, em todos os seus múltiplos aspectos, sentidos e significados, o trabalho da Educação Patrimonial busca levar as crianças e adultos a um processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de sua herança cultural, capacitando-os par um melhor usufruto destes bens, e propiciando a geração e a produção de novos conhecimentos, num processo contínuo de criação cultural.

            O conhecimento crítico e a apropriação consciente pelas comunidades do seu patrimonio são fatores indispensáveis no processo de preservação sustentável desses bens, assim como no fortalecimento dos sentimentos de identidade e cidadania.

            A Educação Patrimonial é um instrumento de “alfabetização cultural” que possibilita ao indivíduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, levando-o à compreensão do universo sociocultural e da trajetória histórico-temporal em que está inserido. Este processo leva ao reforço da auto-estima dos indivíduos e comunidades e à valorização da cultura brasileira, compreendida como múltipla e plural.

            O diálogo permanente que está implícito neste processo educacional estimula e facilita a comunicação e a interação entre as comunidades e os agentes responsáveis pela preservação e estudo dos bens culturais, possibilitando a troca de conhecimento e a formação de parcerias para a proteção e valorização desses bens.

            A metodologia específica da Educação Patrimonial pode ser aplicada a qualquer evidência material ou manifestação da cultura, seja um objeto ou conjunto de bens, um monumento ou um sítio histórico ou arqueológico, uma paisagem natural, um parque ou uma área de proteção ambiental, um centro histórico urbano ou uma comunidade da área rural, uma manifestação popular de caráter folclórico ou ritual, um processo de produção industrial ou artesanal, tecnologias e saberes populares, e qualquer outra expressão resultante da relação entre os indivíduos e seu meio ambiente.

(Texto extraído do livro: Guia Básico de Educação Patrimonial / Maria de Lourdes Parreira Horta, Evelina Grunberg, Adriane Queiroz Monteiro. – Brasília: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Museu Imperial, 1999. 68p.)